A partir desta quarta-feira (4), Brasília será a primeira capital autorizada a ter o 5G “puro” no Brasil. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem (4) a liberação antecipada o uso das faixas de frequências (como se fossem pistas de uma estrada para a tecnologia funcionar) de 3,5 GHZ (gigahertz), a mais disputada no leilão.
As próximas capitais a terem o 5G standalone liberado serão Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo. Ainda não houve definição de datas.
Como funcionam as faixas e o 5G puro?
O leilão do 5G, realizado em novembro do ano passado, foi dividido na oferta de lotes nacionais e regionais dentro de quatro faixas.
- 700 MHz: para distribuir o 5G e melhorar a cobertura do 4G;
- 2,3 GHz: igual o acima;
- 3,5 GHz: a mais concorrida por ser 5G “puro”, voltado para o consumidor final;
- 26 GHz: 5G “puro” para banda larga fixa
No caso de Brasília, a cidade recebeu autorização para usar a 3,5 GHz, a mais disputada exatamente por oferecer internet de quinta geração para os usuários finais.
O 5G “puro” (também conhecido como 5G SA) é chamado assim, pois seu funcionamento ocorre em uma infraestrutura totalmente nova e dedicada a ele.
A faixa de frequência é liberada é exclusiva. Por exemplo, o 5G não precisa depender das rede 4G já existentes para funcionar 100% — como acontece hoje com testes já iniciados no Brasil.
Sendo assim, o 5G consegue ser mais rápido e ter menos latência (tempo de resposta).
O problema com as antenas parabólicas
A faixa de 3,5 GHz é muito próxima à usada para o funcionamento das TVs via satélite. Se nada for feito, interferências de sinal podem acontecer para brasileiros que usam antenas parabólicas.
Para se ter uma ideia, até o começo de 2021, cerca de 20,1 milhões de residências usavam TV por parabólica. E o risco é de que o 5G chegue atropelando esses sinais.
Após o leilão, ficou definido então que as empresas vencedoras precisariam resolver a questão. A solução estabelecida foi a migração e limpeza da banda C, responsável atualmente pela transmissão da TV via satélite para a banda Ku.
Por que escolheram Brasília
De acordo com a Entidade Administradora da Faixa (EAF), no Distrito Federal existem 3.341 antenas parabólicas (TVROs). Esse número é considerado pouco comparado a outras capitais.
Logo, a adaptação da infraestrutura para a migração da Banda C para a Banda Ku é mais rápida. Na última sexta-feira (1º), Brasília concluiu a instalação de filtros em equipamentos para que esse processo seja possível.
A estimativa é que a EAF consiga instalar 220 equipamentos por dia. É preciso agendar a mudança. Pessoas inscritas no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) receberão a nova antena sem custo.
Cronograma previsto para implementação do 5G
- Cidades com mais de 500 mil habitantes: até julho de 2025
- Cidades com mais de 200 mil habitantes: até julho de 2026
- Cidades com mais de 100 mil habitantes: até julho de 2027
- Cidades com mais de 30 mil habitantes: até julho de 2028
é superar burocracias para instalação de infraestrutura de telecomunicações, as chamadas torres ERBs (Estações de Rádio Base), antenas e torres que transmitem o sinal da operadora para o seu celular. Muitas cidades ainda possuem leis que deixam esse processo mais longo
*Com informações de Tilt, Agência Brasil e Estadão Conteúdo.