O 5G chega oficialmente na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (4). As três grandes operadoras que atuam na cidade – Claro, TIM e Vivo – ativarão suas redes, que vão proporcionar maior velocidade de conexão (capaz de baixar filmes em segundos) e baixa latência (tempo de resposta entre um comando feito e sua execução).
São Paulo é a quinta capital brasileira a ter a quinta geração de internet móvel e se junta à Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB).
Na prática, neste primeiro momento, alguns bairros de São Paulo terão cobertura 5G. Segundo a Anatel, a maior concentração de antenas está no centro histórico da cidade, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi. Já os bairros da Aclimação, da Mooca e do Brás, por exemplo, terão uma cobertura menor nesse início do processo.
Até o fim de setembro, todas as principais capitais devem ativar o 5G. A data limite era agosto, mas devido ao atraso de equipamentos, a Anatel decidiu postergar. As próximas cidades a receber o 5G devem ser Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO) e Salvador (BA).
Por que São Paulo só foi liberada agora?
A implementação em São Paulo dependia de um sinal verde da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que avalia o avanço de cada cidade na instalação de filtros na faixa de 3,5 GHz — a “avenida do céu” por onde passa o sinal do 5G.
Um dos principais critérios para a Anatel liberar o 5G em um local tem relação com a limpeza dessa “estrada” para que o sinal do 5G não atrapalhe o funcionamento das TVs parabólicas. Calcula-se que 10 milhões de famílias no Brasil assistem televisão a partir desse sinal.
Então, a agência realiza testes para assegurar que não haverá problemas para esse público — quem tem parabólica, inclusive, poderá receber um kit gratuito para continuar a ter acesso ao sinal de TV.
Entendendo o 5G
Antes de explicar as ofertas das operadoras, vale entender as diferenças tecnológicas dentro do 5G.
Basicamente, existem três tipos de 5G:
- 5G DSS: usa a infraestrutura e faixas de frequências do 4G para oferecer internet mais rápida (na casa dos 100 Mbps). Já existe em diversas cidades desde 2020. É considerada uma tecnologia de transição do 4G para o 5G;
- 5G NSA (Non Standalone): utiliza a frequência de 5G e o “núcleo” da rede 4G. Oferece internet super-rápida (podendo chegar na casa dos gigabits por segundo), mas não tem latência tão baixa; portanto, é boa para downloads rápidos, mas não tão boa para aplicações industriais.
- 5G SA (Standalone) ou “5G puro “: usa frequência de 5G e núcleo de rede 5G (uma infraestrutura dedicada apenas a ele). Oferece internet super-rápida e latência baixa. Bom para downloads rápidos de arquivos multimídia, jogar online sem lag (atraso) e aplicações industriais.
Em todas as cidades brasileiras, as operadoras terão redes híbridas. Portanto, terão 5G NSA e 5G SA (na frequência de 3,5 GHz). A Aatel diz que o edital do 5G exige que as “operadoras tenham redes 5G SA, mas não impede que tenham também 5G NSA”.
Segundo o órgão, “o objetivo é atender ao máximo o portfólio da base legada, visto que muitos usuários ainda não possuem terminais [celulares] 5G SA”. Atualmente, apenas 5% dos terminais brasileiros são compatíveis com 5G SA, de acordo com estimativa da reguladora.
5G da Claro: NSA gratuito
Clientes da operadora não devem pagar a mais para ter acesso ao 5G, e funcionará tanto para planos pré como planos pós.
Segundo a Claro, os consumidores farão uso de uma rede 5G NSA. Apesar disso, a empresa diz que tem implementado redes SA, uma exigência da Anatel no leilão do 5G. Num primeiro momento, a empresa irá oferecer esta tecnologia para aplicações industriais e agrícolas.
Com o avanço da implementação, usuários comuns também poderão contratar separadamente planos com este 5G “puro sangue”.
“As principais aplicações, como Netflix, YouTube, Uber, foram desenvolvidas para funcionar no 4G. Então, a alta velocidade do 5G NSA é mais que o suficiente. Quando tivermos aplicações que usam baixa latência, fará sentido para o consumidor ter 5G SA”, afirmou Márcio Carvalho, diretor de marketing da Claro, em entrevista à Tilt por ocasião da estreia do 5G em Brasília .
“Se lançássemos 5G SA para os consumidores, eles pagariam mais caro por algo que ainda não tem aplicações específicas”, acrescentou.
A Claro tem uma lista de telefones compatíveis com o 5G+. Lá tem celulares como Galaxy S22, Moto G71 5G, todos os iPhones 12 e iPhones 13, e Nokia G50.
Para alguns aparelhos, como Moto Edge 20, Moto Edge 30, Galaxy S21 e Galaxy Z Fold 3, a operadora recomenda a troca por um chip novo (SIM card).
5G da TIM: parte gratuita e outra parte paga
Clientes da TIM poderão navegar em redes 5G NSA gratuitamente. A operadora vai ter uma oferta diferente para quem quiser navegar em redes 5G SA com celulares compatíveis.
Para usar a rede SA, clientes dos planos Tim Black e Tim Black Família deverão ter um smartphone compatível e contratar um “booster” de R$ 20 mensais via app Meu TIM, que dará direito a 50 GB de dados a mais, além de navegação ilimitada na plataforma de transmissões Twitch. Novos clientes desses planos não precisarão pagar a mais e terão o benefício sem custo adicional por 12 meses.
No futuro, a operadora diz que oferecerá outros benefícios, como acesso à plataforma de jogos pela nuvem AWG, que tem títulos como Fortnite, eFootball, Elder Ring e GTA V.
Segundo a operadora, donos de smartphones 5G da Samsung e da Motorola não precisam trocar de chip para usar a nova tecnologia.
5G na Vivo: NSA gratuito
Como a Claro, a operadora não cobrará inicialmente para uso das suas redes 5G. Quem quiser navegar em uma rede 5G SA da Vivo deverá adquirir um chip novo.
A operadora informou ainda que em seu portfólio conta com 47 aparelhos homologados compatíveis, tanto na frequência de 3,5 GHz quanto na de 2,3 GHz.
Para obter mais informações, a Vivo tem um site falando sobre sua cobertura 5G.